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domingo, 1 de outubro de 2017

A poesia da noite em devaneios...




  A madrugada é poética, nela consigo ver arte até onde não se enxerga. Às vezes saio devagarzinho até a calçada, para poder observar por alguns minutos a rua vazia. O silêncio mórbido que recai, é quebrado pelas ventanias, e a lua  se faz de vigia. 
  Observo cada casa, algumas podem se ver os reflexos da TV, outras apenas uma luz em um único quarto. Outras casas completamente escuras, que poderiam ser despercebidas, se não fosse pelo cão latindo irritantemente ao portão. Antes de entrar para refugiar-me em minha fortaleza imaginária, penso sobre cada vida, cada casa, medito sobre cada morador. Cada vida, cada problema vivido, cada sonho perseguido ou esquecido, cada perda. Cada um com sua própria vida corrida, seus segredos, seus anseios, seus medos, cada vida solitária. Cada vida alheia, todas compartilhando de minha epifania sem sentido. 
  Neste momento a única coisa em comum entre cada um deles é estarem pintados neste cenário corriqueiro e invisível. Dividindo o silêncio da noite como se a vida estivesse em pausa, no botão mute, em modo Stand by. Eu enxergo cada detalhe supérfluo e descartável. E que acaba virando algum sentimento em mim. 

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