A vida e o tempo andam de mãos dadas por lados opostos. Enquanto um vem e passa, a outra segue em frente na contramão de um fim que não escolhe lados. O resultado é único para os dois e em qualquer direção. A caminhada é uma variável, o fim é uma constante. A diferença está no processo de tudo.
Cada
ponteiro do relógio marca o começo e o fim de qualquer coisa. O tic tac do tempo leva embora mais um segundo de vida. Olhando
assim dessa forma tudo fica tão pequeno. Fragmentos de nós fracionados por
segundos de futuro. Nos trazem novas chances de fazer de novo, e as vezes nos roubam, como
um buraco que só cresce mais enquanto dele se tira. Somos tão pequenos na
matemática da vida, menos é mais, as vezes mais é menos. Quantidade não é
qualidade, nem idade maturidade. É preciso entender o valor da vida antes da
hora em que isso venha não mais importar. E ela virá. A vida acontece a todo instante, e a todo o
instante ela deixa de acontecer. Quantos de nós a observa esvaindo entre os
dedos como a água que desce pela torneira e some pelo ralo. Não nos damos conta
que o tempo nos subtrai.
Que
perdemos tempo travando uma luta contra o tempo, ao invés de vive-lo. Ao invés de fecharmos nossas mãos como uma concha. Mesmo
que ainda assim não possamos segurar nem prender a água entre nossos dedos. Mas
com certeza esta água transbordará. Poderemos leva-las ao rosto, poderemos
bebe-la a fim de nos saciar. Água é vida. Tempo é vida. O tempo é a água que
tentamos em vão segurar com nossas mãos. Podemos deixa-la esvair-se por entre
os dedos ou segura-la nas conchas de nossas mãos, senti-la, bebe-la, refrescar
nosso rosto. Das duas formas, ela se esvairá, em uma delas, porém, a faremos
valer a pena. E isso é vida.
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